A cada dia surgem novas ferramentas e avanços tecnológicos que chegam costumeiramente com o mesmo propósito: resolver um problema. Otimizar processos é a força motriz desses avanços. Para o setor de Recursos Humanos, a tecnologia agrega agilidade e eficiência nos processos de recrutamento e seleção.
Para empresas, representa economia de tempo e dinheiro. Para candidatos, praticidade. Hoje existem robôs que fazem o trabalho de pesquisar vagas que se encaixam no perfil do profissional. Nunca esse processo foi tão automatizado.
Mas será que a tecnologia é capaz de substituir o material humano nas etapas de recrutamento e seleção?
Em alguns pontos do processo, a tecnologia já está enraizada. Se voltarmos no tempo, a divulgação das vagas acontecia pelos classificados e hoje é feita com portais especializados e softwares. Ou seja, tudo é mais ágil e mais assertivo. Possibilitando ao candidato buscar pelas oportunidades mais compatíveis com o seu perfil. Enquanto o próprio programa analisa se aquele perfil realmente se adequa à vaga. A captação de talentos é igualmente otimizada, contando com um armazenamento de dados bem mais prático e eficiente.
Da mesma forma, testes de perfil comportamental ganham força com a tecnologia, uma vez que os relatórios gerados pelos softwares tendem a ser mais precisos. E até algumas entrevistas podem ser realizadas por videoconferências. Esses são somente alguns exemplos que comprovam a qualidade e economia de tempo fornecidos pela tecnologia no dia a dia do setor de Recursos Humanos. Mais do que isso: pela posição que exerce nas organizações, o RH é o departamento mais adaptado para guiar uma transformação digital nas empresas.
O cruzamento de dados e plataformas digitais trouxe mais agilidade para a triagem e seleção de candidatos mais competentes. Mas não é e nem deverá ser uma relação de substituição do RH à frente das questões humanas e comportamentais, principalmente nas fases finais de um processo seletivo. A tecnologia serve como auxiliador para o setor e, por isso, o receio de que ela substitua o papel humano do RH não tem razão de existir.
O que os especialistas dizem
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, dada em março deste ano, Cezar Tegon, proprietário do portal VagasOnline.com.br, corroborou esse pensamento. Segundo o empresário, a máquina faz atividades rotineiras melhor e de maneira mais rápida, mas o feeling será sempre humano. “Fazendo um comparativo, em um carro de Fórmula 1, mesmo com tecnologia para troca de marcha no tempo certo, controle de tração etc, o piloto continua sendo o diferencial, porque tem o feeling da condução, a sensibilidade de achar o momento certo para ousar ou de ser mais precavido em situações que fogem da rotina”, exemplificou.
Dessa forma, podemos perceber que o papel do RH nessa transformação digital torna-se mais estratégico. Alinhando a rotina dos colaboradores aos objetivos da empresa e também os guiando nessa adaptação às novas linguagens tecnológicas. O RH pode, ainda, atuar na sinalização de processos ineficientes, analisando suas práticas e utilizando tecnologia para aperfeiçoar o processo. Afinal, apesar de todo o avanço, a tecnologia ainda não se sobrepõe à tomada de decisão.