A transformação digital traz uma verdadeira mudança de mentalidade nas empresas, que passam a incorporar a tecnologia às mais diversas atividades para solucionar problemas e otimizar processos, em geral. Com essa tendência, surgiu o modelo data driven, que mudou o funcionamento da tomada de decisões nos negócios.
O setor de RH também pode — e deve — ser data driven. E, neste post, você vai entender o que isso significa e como aplicar esse método ao recrutamento. Acompanhe!
O que é data driven?
O termo data driven é um adjetivo em inglês que pode ser traduzido como “orientado por dados“. Ele vem da Ciência de Dados, ou Data Science, área interdisciplinar — muito ligada à ciência da computação e à estatística — que usa o estudo de dados para obter insights que otimizam o desempenho dos negócios.
Um processo data driven, portanto, é um procedimento orientado por dados. Ou seja, uma atividade com esse direcionamento tem como base a coleta e análise de dados, que, uma vez devidamente trabalhados, se tornam informações valiosas para nortear o que é feito.
Como funciona o recrutamento data driven?
O recrutamento data driven é um processo otimizado pelo uso estratégico de dados coletados pela empresa. Adotar essa metodologia é uma forma de tornar as atividades muito mais eficazes e os resultados muito mais confiáveis, já que isso evita vieses e equívocos comuns quando não há um embasamento tão concreto.
Uma postura orientada por dados envolve o uso de tecnologias para a coleta, o processamento e a análise de um volume enorme de dados, de fontes variadas. Quando isso é aplicado ao RH, podemos pensar na extração de dados originários de:
- redes sociais;
- plataformas voltadas para a busca por empregos;
- bancos de talentos.
A partir disso, o setor de Recursos Humanos pode trabalhar com os dados obtidos de modo a afunilar e extrair o que há de mais importante para encontrar candidatos ideais para cada função.
Quais as vantagens disso?
Além de facilitar a busca pelo perfil certo, o uso da tecnologia e dos dados torna todo o processo muito mais ágil. Ou seja: o recrutamento data driven é algo otimizado em relação a outros métodos.
Esse processo tem, ainda, a vantagem de reduzir os custos que estão envolvidos em todo o processo de contratação. Então, ele é benéfico até mesmo para o orçamento do RH.
Um efeito indireto, porém nítido, disso é a redução da rotatividade de colaboradores — o que potencializa o caráter econômico do recrutamento data driven, já que há menos demissões, contratações e treinamentos.
Como usar os dados no processo de recrutamento e seleção?
Você já tem uma boa noção do que é o recrutamento data driven e das vantagens de aderir a ele. Agora, falta entender como fazer isso na prática. Vamos lá?
Diagnóstico do processo
Primeiramente, é fundamental fazer um diagnóstico da atual situação do processo seletivo, para garantir que as falhas serão corrigidas nos novos procedimentos. Confira, a seguir, as métricas mais importantes.
Taxa de conversão
Considerando o funil de recrutamento, como é a permanência das pessoas até a etapa seguinte? Se ela for baixa, é possível que existam falhas logo nas etapas iniciais, a exemplo do anúncio da vaga.
Talvez o candidato perceba que a vaga não é o que parecia no anúncio, o que resulta em desistência. Outra possibilidade é a falta de clareza nas instruções para as etapas seguintes.
Índice de candidaturas
Compare, entre as diferentes vagas da empresa, os índices de candidaturas. Ao perceber índices mais altos em determinadas vagas, avalie as particularidades delas e compare-as com os detalhes daquelas com menor índice. Isso pode ajudar a perceber pontos importantes.
Se possível, é válido comparar, também, os índices de vagas da sua empresa com os de vagas semelhantes da concorrência. Assim, você tem uma boa noção de quão atrativa a empresa é aos olhos dos possíveis candidatos e do quanto ela tem destaque.
Tempo e qualidade das contratações
A partir do histórico dos procedimentos de R&S da empresa, entenda, em média, qual é o tempo que se leva do início do processo seletivo à contratação. Nesse sentido, é importante entender se o processo está ágil o suficiente para atender às necessidades da empresa.
É essencial, ainda, analisar o tempo que se passa entre uma etapa e outra. Talvez você perceba uma demora mais expressiva entre duas etapas específicas — o que aponta para possíveis pontos de melhoria em uma delas.
Se o processo é muito demorado e as contratações acabam não sendo eficazes — resultando, por exemplo, em um colaborador que não atende às expectativas e não consegue permanecer por muito tempo —, não há dúvidas de que existem grandes melhorias a serem feitas (e com urgência).
Acompanhamento de KPIs
Os Key Performance Indicators, ou indicadores-chave de desempenho, são números que servem para monitorar a performance de um setor, por exemplo. No RH, eles são de suma importância para a compreensão do sucesso das iniciativas. Em relação ao recrutamento, dois KPIs importantes são:
- o SLA (Service Level Agreement) de contratação, que avalia se o setor de RH realmente entrega à gestão o que é prometido, em relação ao preenchimento de vagas;
- o percentual de capacitação dos colaboradores contratados e dos candidatos.
Definição de objetivos
Uma vez que o RH tem o diagnóstico do processo seletivo, pode focar nas informações relativas aos possíveis candidatos. Como você já sabe, a coleta de dados, em relação a isso, deve ser ampla. No entanto, ela não deve ser aleatória.
É importante ter objetivos claros para direcionar melhor a busca. Então, a partir de uma análise detalhada da empresa, estabeleça, exatamente, que vagas precisam ser ocupadas e quais são os critérios para quem for ocupá-las. Os bancos de dados utilizados devem ser filtrados a partir disso.
Análise de resultados-chave
Os resultados obtidos a partir da filtragem realmente condizem com os objetivos? Os candidatos que apresentam maior compatibilidade com o que é colocado como critério realmente parecem ideais?
Essa análise serve como um termômetro para a eficácia do uso de dados. Caso existam discrepâncias, isso indica que a metodologia data driven ainda não está sendo aplicada da forma correta.
Centralização de dados
É fundamental contar com o auxílio de um bom software que seja capaz de centralizar os dados e disponibilizá-los de forma organizada. A partir dessa aliança entre inteligência de dados e Recursos Humanos, a análise fica muito mais fácil e rápida.
Os avanços tecnológicos já revolucionaram o mercado e continuarão a modificar seus mais diversos setores. Além de ser fundamental que as empresas se mantenham atualizadas para sobreviver, o uso da metodologia data driven no RH tem muitas vantagens, que se consolidam em uma otimização significativa dos processos.
Achou este conteúdo útil e quer ter acesso a outros regularmente? Curta nossa página no Facebook! Será um prazer ver você por lá.